Doravante serei um homem simples
Doravante serei um homem simples!
Um homem do campo
Que só conhece o cheiro acre da terra
Após uma trovoada de Maio,
Um homem que ama
Os animais que alimenta
Antes do nascer do sol
E a quem pastoreia ao longo do dia
Na calma silenciosa do tempo
Lento e inexorável,
Um homem que lavra e semeia,
Monda e colhe,
Carregando aos ombros
O peso dos dias invernosos
Ou a beleza pueril dos primaveris,
E os traços rugosos que o suor
Cava no rosto crestado
Pelo sol impiedoso.
Começa aqui a caminhada.
Regresso às origens!
Nunca é tarde demais
Para quem nasceu
No lastro da terra
Amassando a vida
Com as próprias mãos!
by Paulo César, em 16.Out.2005, pelas 17h45 (Twin Towers)