Que nome te darei, saudade?
Urze da serra (imagem obtida na net)
Deste longe vejo o que antes não via,
Estando perto…
Há cheiros no ar que só agora
Sinto
Vozes grinalda que vingaram os silêncios
Para acordar as auroras de todos os dias
Recados penitentes a trilhar caminhos
Que libertavam do purgatório
Eremitas luzeiros como archotes crentes
Que sinalizavam os sentimentos
Separando o trigo do joio
Soluços de aragem que sacudiam as copas
Esguias arremetendo ao azul
Líquidos húmus escorrendo das crostas
Como sangue de regras
Sibilinos sons de amálgama ou caldo
Que se fundem em oratórias de graças
Medo e superstições, unguentos e preces,
Fé viril e força angelical
Faces vítreas onde se espelham as almas
Que trazem gente em cada despojo
Trago carreiros suspensos na solidão
Das memórias
E retratos de fogo talhados na urgência
Do retorno ao chão
Para sentir-me quinhão!
Que nome te darei, saudade?
Em 05.dez.2010
M A C