Sábado , 20 de Junho DE 2009

A caminho...

 

Esta é uma dedicatória a ti, Natália!

 

Que lágrimas poderão toldar
A alegria de sentir gratidão?
Que tristeza poderá mirrar
A felicidade expressa num sorriso?
Que solidão virá para calar
A força comovente dum abraço?
Que dor ou agrura sobrará
Na hora de entregar no teu rosto
Um beijo límpido que gritará
Como a luz da estrela à hora do sol-posto?
 
Levantaremos pendões de festa…
Poremos balões e grinaldas nos caminhos…
Atapetaremos de flores silvestres as veredas,
Os carreiros, os trilhos, a eira…
E derramaremos música de acordeão
Num baile iluminado pela lua cheia
Onde farão coro os grilos noctívagos
E, de quando em vez, um galo madrugador!
 
Faremos, com novelos de saudade
E fios de memórias vivas, um rendilhado
De sons e imagens, de pessoas e lugares,
De tempos de há muito tempo…
Talvez nos julguem velhos…
Talvez nos apelidem de provincianos…
Talvez se riam da nossa insana vontade
De querer retornar ao útero da mãe terra
E retomar nas mãos a lama dos Invernos,
A poeira dos Estios cáusticos,
A doce aragem das Primaveras verdejantes,
Ou o odor intenso dos Outonos frutados.
Talvez nos ignorem!
 
Sobrará a teimosia de quem acredita
E a paixão de quem ama sem preconceitos!
E a terra que nos viu nascer
E nos fez, no desconchavo dos aziagos dias,
Gente de bem-querer
Nos dará, sem nunca reclamar, as alegrias
Do regresso, como uma bênção…
 
E nesse dia a chuva será de pétalas
E os campos, de lés a lés,
Hão-de ter a cor rubra das papoilas
Ou a festiva brancura dos malmequeres.
Chorarei então
E derramarei em caudal a gratidão
Dos que voltam para sempre. De vez!
 
Riam-se à vontade!
Quem aldeão nasceu
Há-de morrer aldeão
Mesmo que a força da cidade
O adopte como seu!
 
 
by Paulo César, em 20:Jun.2009, pelas 19h30
sinto-me: grato e feliz
publicado por d'CD - da Clara Dias às 19:59
Sexta-feira , 12 de Junho DE 2009

Que sobra de tanto bem-querer?

 

 Para aqueles que estando longe, mas em comunhão, ainda são capazes

do amor num rio de lágrimas, quando a emoção fala mais alto.
Aos Torrejanos, todos…
 
 
Oh rio cujas águas correndo mansas
Dessedentam as hortas onde o verde adeja…
E tu castelo de cujo promontório acenas e lanças
O grito do orgulho que em nós sobeja…
 
E vós campos vivos em desalinho,
Terras cor de fogo e figueirais,
Onde me achei gente e de caminho
Encontrei o sonho que não morre mais…
 
E ainda vós, oh vozes sonoras,
Chiadoiro de carroças e toque de sinos
Anúncio da festa ou dos finados…
 
Que é de vós, nestas inclementes horas?
Cerro todas as portadas aos desatinos
E o que escuto são apenas os vossos brados!
 
 
by Paulo César, em 12.Jun.2009, pelas 08h45
 
sinto-me: luminoso
publicado por d'CD - da Clara Dias às 18:54

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